No cantar o mistério pascal
Durante o período da antiguidade e mesmo dentro do período medieval, a musica passou a ter um habitáculo tão profundo na alma que fez parte do quadrivio das disciplinas dentro das ciências humanas. Por ser uma das artes mais elevadas, que transporta o homem ao horizonte infinito da alma, a musica se tornou uma áurea, que possibilita dentro da sua leveza a mais autentica forma de expressão. È por sua capacidade de transcendência e pela sua forma de expressão que a musica passou a ocupar o lugar central dentro da liturgia e das nossas celebrações.
Todavia, dentro da Sagrada Escritura, obtemos vários hinos de louvores. Segundo o autor a realidade não está na demonstração do saber cantar na missa, mas no cantar a missa, pois a missa cantada entre o sacerdote e o coro, foi o modo mais antigo de celebração.
Dentre os elementos importantes para se celebrar o Dia do Senhor, está a música ritual litúrgica, o que equivale a dizer que restaurar o Domingo, é também restaurar este tipo de arte, que se constituí num dos mais elevados sinais litúrgicos para se celebrar o mistério Pascal. No entanto, celebrar o mistério Pascal é cantar o dia da nossa Salvação e não o dia de executar algo morto, uma vez que, liturgia é vida. Além do mais, dentro do coração do rito, o canto se faz necessário, pois a missa é o mais precioso canto de louvor que o Espírito Santo colocou nos lábios da esposa a fim de que possa expressar o anelo do seu amor ao Esposo e Fundador.
Agora, uma das principais retomadas e apontamentos que a V Conferencia fez é a proposta da formação litúrgico-musical dentro das casas de formação para os candidatos ao ministério presbiteral. Já um outro aspecto que deve ser levado em conta, é o ressalte de dois elementos que precisam ser relevados para musica dentro de nossas celebrações que são: a primazia da letra e a excelência do canto comunitário.
A letra precisa ter melodia, precisa expressar a beleza de Deus, seja qual for sua cultura. Os textos precisam ser valorizados e não desprezados. Por isso existe diferença entre cantar a liturgia e cantar na liturgia, visto que, missa cantada não pode ser confundida com a missa em que se cantavam belíssimas peças de artes, pois não se trata de auditórios de shows, mas de espaço litúrgico, onde todos são cantores e músicos. Todavia, a música só pode ser expressão suave da oração quando é realizada com a arte própria. Cantar sem arte é massacrar a mais bela arte humana e transformar a mais alta e profunda comunicação num caos.
A musica não é somente meio profissional de se ganhar a vida, mas, sobretudo, a maneira mais sublime de o ser humano se expressar-se. Portanto, é nesse binômio entre musica e liturgia, homem e Deus, que eleva o povo de Deus aos céus.
A formação litúrgico-musical deve retomar todas aquelas características que até então tinha: sugere que aos domingos e solenidades se retome a missa cantada de acordo com os três graus de participação: O primeiro o presbítero, o segundo o coro e por fim a assembléia.
Agora para que isto não seja apenas um sonho, é necessário que os pastores e povo de unir-se-ão num grande esforço para que a formação litúrgico-musical seja um empenho eclesial, cujos frutos são a salvação. Portanto, é preciso investir, pois a arte com certeza, adentrara nossos átrios, atravessara nossas naves e habitara no coração de nossas liturgias novamente, a medida que a melodia atinja em nossos corações os grandes tom eterno juntamente com o som do amor divino.